segunda-feira, 24 de setembro de 2012

MARCOS HASSELMANN: NASCER É O MAIOR DESAFIO






Por Pedro Paulo Rosa
Foto: Arquivo pessoal do entrevistado 

Marcos Hasselmann traduz na sua voz a potencialidade do ser sensível que é. De Niterói, ele agora ganha o mundo com o seu show "Sala de Estar", ao lado do conceituado e sensível maestro Osmar Barutti. Com apreço ao jazz e música clássica, Hasselmann não deixa de lado as suas raízes juvenis, quando subia os morros niteroienses em busca de um bom samba e do seu cavaquinho. Unindo cordas e ar, o samba jazz de Marcos Hasselmann e Osmar Barutti faz com a música uma alquimia de muito bom gosto. O cantor separou um pouco do seu tempo e conversou com O HÉLIO. O músico não esconde da onde vêm tanta inspiração: do grande amor e saudade que sente pelo pai. E da sua infinita admiração pela música. 

O HÉLIO: Como foi sua infância?

MARCOS HASSELMANN – Tive uma infância deliciosa. Morávamos numa casa confortável, onde tinha muitos amigos. Estudava em um colégio muito bom. Da infância, trago ótimas recordações dos dias de sol na prainha da casa dos meus avós, com meus primos, que eram muitos. Brincando, pescando, nadando... também me lembro de tentar dar uma de jardineiro com o meu avô. Ele era um cara muito especial pra mim e adorava ouvir as histórias que ele contava.

O HÉLIO: O primeiro encontro com a musicalidade se deu de que maneira, se você pudesse mapear?

MARCOS: Quando era menor, passava em frente a umas lojas de instrumentos musicais no centro da cidade e ficava vidrado nos violões; adorava o cheiro deles. Era uma coisa que me atraía muito. Aliás, para mim tudo tem cheiro. Sempre tem cheiro ligado a uma situação, época, música. Pedia à minha mãe que comprasse violão pra mim toda hora. (RISOS) Até que um dia ela me deu um. Foi aí que tudo começou. Antes, ouvia música; cantava algumas, mesmo em inglês que eu não falava naquele tempo.

O HÉLIO: Você ao mesmo tempo que curte um jazz, ama um cavaquinho. Conta.

MARCOS: Sempre ouvi de tudo. Tinha acesso a todo tipo de música. Faço aniversário em janeiro, aí, já viu, pedia LP de presente. Então, minhas férias eram ao som do LP ganhado no aniversário. Adoro samba, meus pais sempre ouviam discos de samba enredo. Clara Nunes direto, Alcione, Beth Carvalho...além dos internacionais. Tive um professor de violão que me ensinava músicas do tempo dele; nesse sentido, pude ter acesso às músicas de serestas, caipiras etc. Foi com este professor que também tive a oportunidade de cantar e tocar nos saraus de fim de ano.  Minha mãe também canta super bem; é muito gostoso subir ao palco com ela.

O HÉLIO: De que maneira a música lhe transporta?

MARCOS: Isso é muito interessante. Para mim tudo é música. Tudo tem música e cheiro; e quando estou cantando, fecho os olhos e me deixo levar pelos sentimentos que a música está passando. É uma viagem.

O HÉLIO: Quem você destacaria, na sua família ou fora dela, como um dos seus principais incentivadores?

MARCOS: Meus pais, sem dúvida nenhuma.
O HÉLIO: Assumir-se cantor é abrir o peito. Exige muita coragem num mundo tão programado. Tá preparado para isso?

MARCOS: Nascer é o maior desafio. Não temos noção do que vamos passar e  mesmo assim nos esforçamos para nascer. Pra mim, cantar é viver. E pra isso tenho muita coragem.

O HÉLIO: Como se deu a parceria com o maestro Osmar Barutti?

MARCOS: Nos conhecemos faz quatro anos, quando fui convidado para o “Programa do Jô” por causa de um incidente engraçado que aconteceu comigo. Quando me convidaram, topei e falei que era cantor e que gostaria de cantar no programa.  Aí, mandei uma MP3 minha cantando uma música muito difícil chamada Moody’s mood. O maestro, quando me ouviu, gostou muito e me convidou para dar uma canja num show dele com o Bira em Campinas (SP). Fiquei muito honrado e feliz. Fui, né? (RISOS). Tempos depois, fiz contato com ele e resolvemos montar este show, o “Sala de estar”.

Marcos Hasselmann com amigos. Com ele, estão Osmar Barutti e  Bira 

O HÉLIO: Pode falar um pouco sobre o conceito que estão construindo para o show de vocês?

MARCOS: O que queremos é mostrar boa música para as pessoas. É basicamente isso. Criamos a nossa sala de estar para trazer o público para o nosso mundo musical. Para as músicas que ouvimos.

O HÉLIO: Dentre várias coisas, qual a principal que sente que seu pai lhe pontuou? O que diria a ele naquele seu primeiro show lotado?

MARCOS: Meu pai me ensinou a sonhar. Me ensinou a enxergar a vida e as pessoas com os olhos do coração. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

ANTONIO BORDALLO: DEUS É FÍSICA E QUÍMICA, É O SOL



Por Pedro Paulo Rosa
Foto: Arquivo pessoal do entrevistado 

         Essa é uma entrevista que se edita com os olhos boquiabertos. Ainda que olhos não sejam boca, a surpresa – após ler esta entrevista – reside em todos os sentidos do corpo. Antonio Bordallo, brasileiro, atualmente radicado na Estônia, aceita gentilmente falar sobre sua trajetória, ou pelo menos, um dos seus principais divisores de água. Numa conexão Brasil-Estônia, ele fala ao O HÉLIO. Após ter sido brutalmente arrastado por um ônibus dentro do túnel velho de Copacabana (oficialmente chamado Alaor Prata), Antonio teve o seu sonho de residir na Europa interrompido para viver uma difícil fase de aprofundamento forçada pelo acidente. Ler, ouvir, falar com Antonio Bordallo é um enriquecimento da nossa simplicidade humana, atualmente cada vez mais rara entre nós.

O HÉLIO: Morte. Como você mudou a sua relação com essa palavra? Quais novas sensações emergiram a partir do ocorrido?

ANTONIO BORDALLO: Naturalmente que minha relação com a morte mudou. Ninguém que fica realmente cara-a-cara com ela consegue sair ileso de uma experiência dessas, e posso dizer que essa relação não muda uma única vez... Ela vai se modificando, como se moldando ao longo dos tempos, em função das experiêcias vividas. Com toda a dificuldade e sofrimento que vivia nos primeiros anos, por mais que as coisas estivessem sempre melhores que no dia anterior, a morte representava de certa forma uma libertação, um momento em que finalmente todo aquele sofrimento iria cessar, um merecido descanso. A vida de uma pessoa deficiente sempre tem um certo grau de dificuldade, pois mesmo os com deficiência leve convivem com o fato de que há algo que já não podem mais fazer como faziam antes. Talvez por isso que quando fico sabendo do falecimento de algum deficiente, apesar da tristeza pela perda, penso que essa pessoa finalmente se libertou de um sofrimento nesse corpo/matéria que o aprisionava e vai poder enfim aproveitar uma “vida" sem limitaçoes onde quer que esteja... Posso estar errado nesse raciocínio, mas me baseio no fato de que nos meus sonhos eu sempre apareço andando, sem deficiência alguma, e não à toa que houve época que eu preferia ficar dormindo do que acordar e ter que constatar essa difícil realidade, a ponto da coisa se inverter a um nível em que o sonho parecia que era minha vida rotineira e a realidade me soava apenas como um pesadelo pontual que eu tinha que passar, como um protocolo. Apesar de chegar a esse nível, nunca tive nenhum quadro concreto de depressão (ao menos não considero isso que acabei de dizer como tal) ou qualquer convicção ao suicidio (até mesmo porque, se eu quisesse mesmo... 

O Hélio: Pode falar mais sobre isso? 

ANTONIO: Pedro, já estive com a faca e o queijo na mão pra decidir, mesmo tendo dias que me deu vontade de não ter existido, mas se a gente pensar bem, todo mundo passa por isso. Independente de ter alguma deficiência ou não. Uma analogia divertida que passei a usar como "desculpa" pra continuar vivendo. Minha vida é como se fosse um filme em primeira pessoa que estivesse assistindo: eu poderia deixar a sala de projeção antes do filme acabar, mas já que sou uma pessoa muito curiosa pra saber o final do filme, eu continuo aqui na poltrona, assistindo e torcendo pro protagonista superar tudo isso e se dar bem.




Antonio Bordallo em três momentos diferentes antes do acidente 


O HÉLIO: Como foi sua infância?
ANTONIO: Apesar de alguns discordarem, tive sim uma infância bastante difícil, pois apesar de nascido e criado em Copacabana, venho de uma família muito simples, que compartilhava um apê quarto e sala bem pequeno. Minha mãe, uma costureira que fazia roupa pras madames de Copacabana (cuja manutençao de sua clientela até hoje depende dela se virar pra viver lá) e um pai dentista, porém quase falido por conta do vício em apostas em corridas de cavalo (dia desses mesmo andei refletindo que, talvez por conta dele, nunca fui a nenhum circo, mas era habituée do Jóquei Clube aos fins de semana) e que não dava a mínima pra minha família, já que possuía outra com quem morava. Ser criado em Copacabana sempre denota que você está no bairro mais famoso do Brasil, tendo tudo do bom e do melhor. Isso acontece quando você é de uma família tradicional. Se você nao tá no topo da pirâmide, vai ver todos a seu redor tendo tudo do mais legal: brinquedo , guloseimas, cinema... só que o acesso verdadeiro não existe. Enquanto uns criam uma aversão aos playboys (alguns deles a ponto de entrar pro crime pra tomar à força o que acham que lhes pertence), outros passam a refletir os problemas dessa desigualdade social e pensar em formas de evoluir de alguma forma, e é justamente aí onde me encaixo e sei que faço parte da maioria. Graças aos esforços da Dona Cristina (minha mãe), me preparei e continuei meus estudos num colégio federal (Colégio Pedro II), o que na época representava um estudo com qualidade apesar de público.

O HÉLIO: Não fica nenhum tipo de raiva em você depois de tudo?

ANTONIO: Se eu disser que não senti raiva, é mentira. Na verdade era um grande sentimento de injustiça que acabava se transformando em raiva. Não cabia na minha mente a ideia que na mesma noite em que lutava entre a vida e a morte num leito de hospital público, o (inclua seu adjetivo preferido) do motorista que passou por cima de mim estava muito bem dormindo em sua cama quentinha, sem nenhum arranhão. Não, eu não queria que ele tivesse perdido uma perna ou se ferido também, mas que pelo menos fosse punido ou multado por sua imprudência. A barbárie nunca gerou solução para nada, mas é esse Estado de Direito que, mesmo passados 7 anos, considera normal o fato de eu não ter recebido nem um centavo sequer dos algozes legais. Até um tempo atrás, esse sentimento de raiva/injustiça se fazia bastante presente, mas depois de muito conversar com minha esposa, ela me convenceu de que cultivar esses sentimentos na minha mente não era nada bom, que eu tinha que, se não perdoar, pelo menos eliminar da minha cabeça qualquer sentimento ruim em relação a eles, que as coisas poderiam passar a fluir melhor a meu favor. Desde então minha raiva acabou se transformando em pena, pois não deve ser nada legal você, por mais que negue para si próprio, saber lá no fundo que foi o responsável por destruir a vida de uma pessoa. Deve ser um incômodo que não desejo nem pra ele mesmo.
O HÉLIO: Então, o amor te amenizou?
ANTONIO: Pode até soar brega dizer que "só o amor constrói", mas o fato é que até hoje nunca vi nada realmente grande e duradouro ser construído à base de ódio ou rancor. Além disso, a sensação de ter uma vida conjugal estável, dormindo e acordando todos os dias com essa pessoa, dá uma sensação de segurança muito boa. Ter uma pessoa parceira do lado ameniza qualquer tensão, angústia, insegurança.


O HÉLIO: Conta como é que tudo aconteceu.
ANTONIO: Para ambientar melhor os leitores, um pouco da minha situação anterior ao acidente: depois de ter cursado Letras e Relações Internacionais anos antes, resolvi continuar com meu trabalho de guia de turismo no Rio, que já fazia desde 2000, para juntar dinheiro e então realizar um sonho que tinha desde minha adolescência: emigrar pra Europa. A única coisa que me prendia no Brasil era a carteira de motorista. Na pior das hipóteses, poderia pegar algum emprego de motorista em Londres, que era o meu destino planejado. A passagem eu já estava pra comprar nos próximos dias, uma vez que a data de embarque havia sido decidida: em duas semanas, no máximo, a partir daquela semana. O dia 4 de maio era um dia sem trabalho marcado, e por isso fui cuidar de outros assuntos e fui à academia perto do meio-dia. Ao sair de lá, umas 13h 30 min mais ou menos, resolvo concluir a malhação dando uma volta de bicicleta pela Lagoa. Em vez de pegar o caminho de sempre, pelo Corte Cantagalo, resolvi cruzar o Túnel Velho, que era há poucos metros da academia, e seguir pelo Humaitá. Entro no túnel, vazio naquele momento, mantenho-me no canto da pista, a fim de evitar ser pego por outro veículo que viesse no meio na pista e não me visse.
Quando estou na metade do túnel o que vivenciei parece ter sido uma troca abrupta de cena no meio do filme: numa cena estou dentro do túnel cuidando pra me manter no meu canto, e do nada corta pra outra cena completamente diferente. Eu deitado com minhas costas raladas a queimando num asfalto quente das 13h. Um ônibus surgiu do nada, sem sinalização visual ou sonora, me atropelou e foi me arrastando debaixo dele até fora do túnel. Olho pra baixo e minhas pernas estão num estado impossível de descrever, e longe de mim uma multidão me observa e diz pra não me mexer muito, que a cada momento que tento me levantar, bombeio mais sangue pra fora do meu corpo. Os pedestres me observam estirado no asfalto quente, sem coragem alguma pra descerem e me prestarem qualquer socorro. Nem mesmo o motorista ou qualquer pessoa que está dentro do ônibus. Pensam que já era mesmo, que em questão de tempo morrerei na rua ou no hospital. Enquanto isso, não parava de tentar me levantar, de querer tomar alguma atitude; mesmo sabendo que não tinha lá muito que se fazer. Uma senhora acabou criando coragem e desceu para acalmar e esperar a ambulância comigo. Lembro claramente do momento dentro ambulância, com os paramédicos me reanimando, mas ao mesmo tempo batia aquele sono dos mais gostosos que já senti, aquele sono tentador, ao mesmo tempo em que ao meu redor havia pura tensão e caos. O paramédico dizia pra eu não fechar os olhos e nem dormir, pois muitos numa situação dessas se entregam ao sono e não retornam nunca mais. Tive que escolher entre um sono maravilhoso, que me faria escapar de todo aquele caos que me rodeava ou uma vida que sabia: não seria mais como eu planejava.

O HÉLIO: Narra para a gente as suas sensações após o acidente. 
ANTONIO: A primeira lembrança que tenho após chegar ao hospital e entrar na sala de cirurgia foi no dia seguinte - uma médica se aproxima e, conversando placidamente comigo, me diz que o acidente que sofri foi muito grave e por conta disso tive a perna direita amputada e a esquerda lesionada seriamente. Pode parecer estranho, mas minha reação automática foi dizer: “foi só isso mesmo, doutora? Então tô no lucro até”. De fato achei que, dada a dimensão do acidente, a consequência seria muito pior que uma perna amputada. Eu que sei a porrada que é ter um ônibus te atropelando e te arrastando. Eu não estava nem me lamentando pelo que perdi, mas celebrando o que sobrou! Não me lembro de ser tão corajoso assim como sou hoje.


Antonio logo após a cirurgia. Ele sorri por ter saído vivo. Resistiu ao  perigoso sono


O Hélio: O que é essa coragem, Antonio?

ANTONIO: Olha, Pedro... Essa coragem na verdade é a minha vontade de viver que está disfarçada. Quando faço coisas impensáveis para um cadeirante, como descer escadas sozinho, na real foi a minha vontade de descer a tal escada que me levou a calcular um jeito seguro de fazer isso, e aí sim, no final eu preciso um tantinho de coragem pra me jogar perante o desafio desconhecido. Uma vantagem disso é que cada vez mais adiciono no meu repertório de façanhas, coisas que não imaginam muito que um cadeirante faça. Afinal, muitos ainda se perguntam como que um cadeirante como eu faz pra morar no quarto andar de um prédio sem elevador, e tendo que subir e descer escadas todos dias pra ir ao trabalho.

O Hélio: Você, por acaso, se transformou numa pessoa fanática, religiosa?

ANTONIO: Se tenho algum fanatismo é por aproveitar tudo o que essa vida quer me oferecer. Sei que acontecimentos impactantes tal como um acidente sério assim como o que sofri costumam transformar as pessoas, e muitas destas viram pessoas super religiosas, mas não foi muito meu caso. Após o momento do meu acidente, não tive nenhuma história mirabolante pra contar.

O Hélio: Fala mais disso.

ANTONIO: Não vi nenhum filme passando pela minha cabeça, nem Deus surgindo na minha frente com aquela voz com eco fazendo uma revelação pra mudar minha vida. Respeito quem diz que viveu isso. Mas, comigo, isso não rolou. Não me considero ateu (mesmo morando atualmente no que é considerado o país mais ateu do mundo, a Estônia), até porque creio bastante nas forças da natureza e do pensamento. Tenho simpatia com algumas crenças, mas isso não me faz um seguidor, até porque pra mim as religiões se apresentam sempre como um pacote completo: você não pode apenas crer no que você já tem convicto dentro de si, mas sim aceitar compulsoriamente uma outra série de dogmas e normas de conduta para se enquadrar naquele perfil de fiel. Eu acredito no que quero apenas, e nisso inclui o respeito às pessoas que diferem da minha opinião. Pra mim Deus é Física e Química, é o Sol, assim como é também a arte do acaso, a sorte, e principalmente o bom senso. Baseado nisso que me considero pra lá de sortudo de ter sobrevivido a esse acidente. Como digo, foi uma segunda chance de viver que ganhei de Deus, esse mesmo Deus que disse anteriormente. Ele sabe que lhe sou muito grato, e por isso mesmo que meu objetivo maior nessa nova fase é ser feliz e fazer os outros felizes. Pra mim, uma pessoa poderosa não é aquela que todas acabam por obedecer, mas sim a que consegue fazer de certa forma todos a seu redor, mais felizes. Isso sim é poder pra mim. À propósito, mesmo com essa opinião forte em relação à religião, pessoas das mais variadas crenças rezaram e pediram à Deus por minha recuperação, e por isso que sou extremamente grato a todas elas. Cada um pediu a Deus minha melhora na sua forma mais verdadeira e sei sim que cada um que pediu por mim foi responsável em parte pela minha recuperação.

 Antonio em Londres (2012)